quinta-feira, 31 de maio de 2012

OS OLHOS DO GATO

Na televisão bobagens vêm e vão correndo ligeiras sob o comando invisível do controle de Nina, que tenta em vão achar algo interessante.

Aos seus pés Vítor, o único homem de uma casa dominada por mulheres a observa. Bem, não exatamente um homem, mas um macho.

Vítor é um gato.



Nina tem verdadeira paixão por felinos. Possui seis: cinco fêmeas e Vítor, o único que detém o privilégio de poder dormir com ela.

Toca o telefone.

–  Poxa.. já não era sem tempo. – diz a menina, alongando o braço para alcançar o aparelho. – Alô?!
–  Oi amor.. sou eu.
–  Cadê você, já são dez horas. Tô pronta há um tempão!
–  Desculpa anjo.. mas hoje não vai dar não. Tô preso aqui no escritório... não vou conseguir sair tão cedo....
– Mas e o aniversário da tua prima ??? ..... tô toda arrumada...
– Foi mal, mas não vai dar. Depois a gente se fala, tá bem.... te amo – diz o rapaz, já desligando.
–  Carlos? Carlos.... Que babaca!!!... desligou! Filho da puta... me convence a ir na merda do aniversário da prima. Me arrumo toda pra esse viado me dizer na última hora que não vai!! Ainda por cima desliga na minha cara?! Filho da puta.. Mas se ele acha que vou ficar em casa tá muito enganado... agora que estou assim, vou sair!

Nina se levanta, e em passos largos vence o espaço do quarto até a sala. Pega as chaves e os documentos do carro, joga tudo dentro da bolsa e sai batendo a porta. No elevador, a irritação não permite que ela ouça os elogios gulosos do vizinho.

Leva cerca de trinta minutos para chegar a boate. O lugar é escuro, as pessoas dançam freneticamente ao som da batida eletrônica.

A menina sobe ao andar de cima, e se senta em um dos sofás espalhados pelo local. Não demora para que um rapaz se aproxime. Alto, os cabelos e a pele clara, contrastam com as roupas pretas. Nas mãos, dois drinques formalizam um convite.


–  Aceita ? – pergunta o rapaz lhe oferecendo um dos copos.


Ela titubeia.. mas pensa no bolo que levou e responde..

–  Obrigada.

Conversam um pouco. Rostos forçosamente colados pelo volume do som... Ela descobre que tem a mesma idade, que é publicitário recém chegado de São Paulo para trabalhar na filial da empresa. Ele pergunta sorri e a puxa à pista de dança, ela vai sem reagir.

O movimento dos corpos fazem da cena um jogo suave de sedução. Vez por outra, o rapaz, sussurra algo no ouvido de Nina que ri. Mas quando ele tenta beijá-la ela se afasta e sorrindo meio sem graça, diz que esta ali para se divertir e nada mais.

Ele insiste...

Olha.. não dá.. tenho namorado..
– E cadê ele? – pergunta ele.
– Não pode vir.
– Sei.. - diz ele mantendo um sorriso malicioso no rosto - Deixa disso... não precisa bancar a dificil.. sei que você também quer.

Ela tenta se desvencilhar. Ele não gosta.

Encorajado pela bebida, agarra o braço delgado da menina e a puxa com trás para perto de si. Depois com violência ainda maior, envia a outra mão sob o vestido e esfrega seu sexo, enquanto força sua língua para dentro da boca de Nina.

Ela trinca os dentes, e um filete espesso de sangue brota do rasgo da língua do homem, salgando sua boca

- Mmmmm ... zua puta - diz ele segurando a boca com as mãos... vozê me mord...

Não chega a completar a frase. Um tapa estala em seu rosto, encerra o caso.

Nina sai dali rapidamente. Sua noite fora tinha terminado.

Chega em casa e tira os sapatos de salto alto que ficam ali mesmo na sala. A sua volta, as gatas ronronam e se esfregam nela.

Nina entra no quarto e encontra Vítor esparramado na cama.

– Vítor!!! Tomou conta, né?

O gato mal digna-se a entreabrir os olhos.

– Vem cá meu amor.... –  diz elevando o gato à altura do rosto. – Por isso que eu te amo viu! Homem é tudo uma merda. Primeiro o bosta do meu namorado, que me dá um bolo. Depois saio para esfriar a cabeça e me aparece um babaca que mete acha que eu sou uma puta qualquer, pode?! Duvido que você fizesse isso comigo.

Os olhos do gato, fixos na mulher, parecem concordar com ela.

–  De hoje em diante, só quero você de homem na minha vida Vítor. – sentencia colocando o animal de volta na cama.

Sob o olhar atento do felino, Nina tira a pulseira, o relógio e os brincos e os coloca cuidadosamente no porta-jóias sobre a cômoda.  Depois passa um pouco de creme no rosto e começa a retirar a maquiagem. Se livra do vestido, tão cuidadosamente escolhido, e assim, só de calcinha, vai fazer xixi.

Vítor vai com ela.

Entram no banheiro. Ela tira a calcinha branca, que desce se enrolando caprichosa por suas coxas e se senta no vaso. Com as pernas entreabertas e as mãos sobre os joelhos, observa Vítor parado bem a sua frente.

Tenta ignorar o animal, e comprime a barriga forçando o xixi. Mas exceto por um leve estremecer na vulva, nada mais acontece.

– Ai.. Vítor. Olha pra lá. Assim eu não consigo fazer.

O gato não se comoveu, permaneceu ali, olhos fixos na menina.

Sem levantar do vaso, Nina estica o corpo e abre a torneira da pia. O som da água fluindo vai relaxando a menina mais e mais, até que enfim, em meio a selva de pêlos negros, brota uma nascente tímida que em pouco tempo se transforma numa grossa e ruidosa cachoeira dourada.

Um pedaço de papel higiênico, cuidadosamente dobrado, percorre suavemente a extensão de sua fenda, enxugando os lábios rosados e o som da descarga marca o fim do ato.

Ela fecha a pia, abre o chuveiro, verifica com o dorso da mão a temperatura da água, e quando a sente agradável, entra.

A ducha lhe cobre como um manto prateado, que fragmentando a luz, cria sobre ela centenas de pequenos arco-íris.

Nina se permite ficar um bom tempo assim: mãos espalmadas na parede, corpo inclinado para frente, apenas sentindo a água caindo sobre ela. Depois, pega o frasco de sabonete líquido, e derramando uma porção generosa na mão em concha, percorre sua geografia, acariciando vales, montanhas, e selvas. Por momentos, a espuma perfumada lhe toma o corpo, até que seus rios a arrastam curvas abaixo, em direção ao redemoinho do pequeno oceano à seus pés.

Neste ritual, a boceta é tratada com especial cuidado e carinho. Os pêlos sedosos, recebem o mesmo xampu que seus cabelos, e os dedos brincam de se encaracolar por eles.Cuidadosamente Nina abre seus lábios expondo o botão e a carne ainda mais rosada. Pega então a ducha flexível e com a mão direita dirige obliquamente, de baixo para cima, o jato morno em direção a seu sexo. Uma cortina desce sobre sua consciência e a separa do resto do mundo. Seus dedos apertam a carne da vulva. Enquanto, pouco a pouco o jato se aproxima, imprimindo tremores ritmados, adestrados, imoderados, como são seus dedos quando drogam o clitóris.

Sem parar de dirigir a ducha, toca em seu peito. A mão aberta, se espalma sobre ele, massageando suas formas redondas, desde a base até o cimo. O indicador mais liberto, provoca o bico rijo, fazendo com que vibre rapidamente. Brinca com ele. Aperta, puxa, e torce suavemente, e fazendo assim, o sente inchar ainda mais.

Os olhos castanhos, ficam imensos. Seus lábios aumentam de espessura e brilho. O rosto, purificado, já não trás qualquer sinal dos aborrecimentos passados. Ela fecha o registro de água, larga a ducha, e se deixa escorregar até o chão do chuveiro. Pousando a mão direita entre as pernas, com dois dedos separa suas metades e inicia um vaivém sobre fenda.

Dobrando o joelho, ergue a coxa esquerda e se permite ficar ainda mais aberta. O pequeno clitóris, apesar de já completamente visível, ainda não havia sido tocado diretamente. Por enquanto, todos os seus movimentos o tinham evitado. Nina posiciona o dedo médio entre os lábios da xana, e o curvando, lentamente penetra em sua gruta melada. Sente um arrepio percorrer a espinha, como se uma descarga elétrica a envolvesse.

Retira o dedo e vê com satisfação o filete brilhoso de mel que o cobre com fartura. Leva a mão ao rosto e se lambuza completamente.

Gosta de seu sabor.

O dedo retorna a boceta, entrando desta vez com mais vigor. A curvatura lhe permite tocar o grelo por dentro, sentido toda a rigidez de sua estrutura enquanto o polegar o acaricia por fora.

A febre aumenta, e Nina entra com dois, três dedo em sua xana. Em seu interior eles requebram como serpentes, explorando todas as partes de sua anatomia mais íntima.

Alheia a tudo, que não seu prazer, Nina começa a rebolar o quadril, e o mel desce farto por entre seus dedos cobrindo parcialmente as coxas. O calor do rosto, a boca entreaberta, expondo a língua, os olhos fixos no entra e sai dos dedos, a respiração entrecortada, tudo anuncia a aproximação do gozo.

Seus gestos se intensificam. Passam a ser compulsivos, como se tentasse arrancar a última fruta de um galho, puxando, puxando, puxando, até trazer tudo abaixo. Um urro selvagem arranhou sua garganta para anunciar o orgasmo. Um gozo bom, liberto de obrigações. Um gozo quente, melado, extraído do mais puro prazer.

Os olhos da menina abrem-se lentamente, e encontram-se com os de Vítor, do outro lado do blindex. Ela se da conta que ele esteve ali o tempo todo. A vendo se tocar, gozar, urrar.

O êxtase que sentia, permitiu a Nina compreender o poder oculto naquele olhar. Ele não a observava como dona, mas como fêmea. E ela se sentiu imensamente desejada por isso. Naquele momento desejava que Vítor fosse um homem. Não, homem não, pois definitivamente são todos uns babacas. Queria ser ela uma gata. Isso! Ela seria uma gata para poder se entregar loucamente aquele macho de olhos tão poderosos.

Ainda sentada, abriu a porta de vidro, e esticou o braço e os dedos melados na direção do animal. Vítor se aproximou e toque áspero e quente de sua língua sorvendo o mel, provocou nela um novo tremor.

A mulher sai do box, e retira do suporte a tolha macia.

Enxuga primeiro os longos cabelos, depois as pernas, rosto e costas. Deixa a toalha molhada sobre a pia, e sai nua do banheiro. Não sente qualquer constrangimento em andar assim. Ao contrário, se durante anos, quando ainda morava com a mãe, irmã e sobrinhas, tinha de se conter, agora, em seu próprio apartamento, adora se sentir livre.

O telefone toca e ela não atende. Na secretária a voz preocupada de Carlos:

–  Nina, onde você está? Porra, tô te ligando a noite inteira. Cadê você? Cheguei em casa agora te procuro e nada... onde você foi... assim que chegar me liga!

Talvez ela ligasse. Talvez não. Ainda não sabia ao certo se perdoaria o escroto pelas merdas que ele andava aprontando. E depois de hoje, teria de pensar. De qualquer modo, não ligaria agora. Não naquela noite. Ainda estava muito excitada. Excitada como há tempos não estava. Em sua mente fantasias, imagens, sensações a dominavam. E havia o calor, o imenso calor que ainda lhe ardia entre as pernas e que ela desejava sentir queimar ainda mais.

Aquela noite era dela... apenas para seus olhos ... e para os olhos do gato.

terça-feira, 29 de maio de 2012

MICRO-CONTO

Deitados depois do amor. Banhados pelos poucos feixes de luz que se esgueiravam por entre as antigas venezianas de madeira branca, a mulher perguntou ao homem enquanto passeava com os dedos esguios pela pelagem do seu peito...

- Me conta tua sua maior fantasia? 
- Como é? - disse surpreso
- Sua maior fantasia. - e lançando um olhar de jade, doce e penetrante como aço de uma seta, insistiu - Queria saber! Me conta?


Ele pensou por alguns momentos, receoso do que pudesse vir, mas decidiu responder:

- Eu, você e aquela sua amiga... 
- Qual?
- Aquela que encontramos na vernissage. 
- Humm... a Rita - disse a mulher sem esboçar reação - ela é linda mesmo.
- Sua vez - provocou ele - Qual a sua maior fantasia?

Ela sem interromper as carícias, respondeu:

- Que eu te bastasse.

domingo, 27 de maio de 2012

COM A LUA POR TESTEMUNHA

Chegou carregado pela brisa quente da noite. O cheiro, tão distinto hoje quanto sempre lhe fora, o impregnou, avançando por carne e músculos para devolver vida aquele ser que por tanto tempo se viu apenas como um amontoado de ossos.

Com o coração pulsando, forte e compassado em seu peito, arrancou do fundo da alma uma fúria que imaginava extinta, rompeu os grilhões e se ergueu livre novamente. Observou a noite com olhos renascidos, dilatou as narinas para enxergar melhor, e enterrando as garras na terra molhada, desapareceu veloz em meio as árvores.

Correu, correu muito, o mais rápido que pode. Voando pelas trilhas, correu até se tornar pouco mais do que um borrão cinzento, um sussurro, um fantasma que dançava pelo ventre escuro e úmido da mata. E por muito tempo, muito mais do que seria capaz de mensurar, seguiu obstinadamente os caminhos que lhe foram traçados no ar. Até que uma noite, pelo vão nascido do encontro de dois enormes troncos nodosos, ele a viu; linda e nua, recostada em uma pedra, os pés alongados pela relva orvalhada, e a mão direita mergulhada brincando com a imensa lua, redonda e amarela, refletida na lagoa, que dominava a extensão da pequena clareira.

O vento respirava por ele, que imóvel e protegido pelas folhagens, contemplava as formas doces e curvilíneas da mulher que agitando os dedos na água fria, criava centenas de pequenas luas. Seus grandes olhos, hipnotizados pelo brilho dos cabelos que desciam como filigranas douradas pela pele marfim, até quase tocar a ponta rija e rosada dos seios pequenos.

Foi a urgência da fome, a fome que há muito não sentia, que o tirou do torpor e o conduziu sobre patas almofadadas, na direção de seu desejo. Passo a passo, o contraste entre a caça e o caçador se evidenciava. Ele em foco, a musculatura tesa, pronto para o bote; ela alheia, relaxada e entregue a si mesma.

E separados pela distância de um verbo.. ele atacou.

– Olá Lady!

O corpo dela estremeceu.

– Você?! - disse ela se virando – Como?!
– Seu cheiro me trouxe!
– Você me assustou.... - disse ela sorrindo, enquanto as mãos delicadas criavam ondas na pelagem sedosa da carranca do animal - Achei que não te veria novamente.

Não respondeu. Se limitou a usar o peso da enorme cabeça, para fazer a mulher deslizar pela pedra até cair suavemente, deitando as costas sobre o tapete verde.

– Ei, isso não vale... disse rindo, enquanto ele avançava devagar, apesar da fome.

Com o corpo dela, entre as patas, baixou a cabeça e farejou. As narinas abrindo, dilatadas e poderosas como se tentassem sugá-la inteira para dentro de si. Abriu as mandíbulas, e por entre as presas brancas em forma de lança, desceu a língua vermelha, dura e áspera.

O primeiro toque, foi na parte interna das coxas grossas, bem próximo a dobra do joelho. Foi um toque suave, breve. Mas ainda assim a fez estremecer.

Pouco a pouco a língua subiu, ora dando atenção à uma perna, ora à outra, variando entre lambidas leves e mordidas suaves, que lhe ruborizavam a pele alva, seguia sem olhar para ela. Na verdade, não precisava. Seus movimentos, e principalmente o crescente som entrecortado de sua respiração, lhe diziam tudo o que precisava saber.

Apesar da fome que sentia, soube aproveitar com calma aqueles momentos. Soube saborear a maciez daquelas coxas, se deliciando com a facilidade com que a carne tenra cedia e se moldava à pressão de sua língua, e com o modo como a pele dela se pintava de escarlate ao mínimo toque dos longos caninos.

Sob o luar, a sombra do animal eclipsou quase por completo a figura da mulher que se contorcia mais e mais, a medida que a língua áspera e molhada, aproximando-se do delta, deixava uma trilha de saliva reluzente atrás de si.

Quando o odor agridoce finalmente lhe invadiu os pulmões, ele lançou os olhos amarelos sobre o sexo e o encontrou entreaberto. E sentiu orgulho ao notar que pela abertura delicada, um pequeno filete, translúcido e oleado, já escorria.

Dominante, não cedeu ao óbvio e passou a sugar, lamber e mordiscar o entorno da virilha, e as carnes suculentas do inicio das coxas; em seguida brincou demoradamente com a pelagem dourada que lhe adornava a boceta, deliciando-se com o contato dos fios sedosos em sua boca. Aproximou-se da fenda e notou o pequeno botão rosado que se evidenciava. Foi até ele, farejou levemente, provocando um leve estremecer, mas não ficou. Preferiu brincar com os lábios, primeiro os grandes, depois os pequenos, brilhosos, macios e melados.

Infinitos círculos concêntricos o aproximavam cada vez mais do grelo. Estava tão perto, que mesmo sem o tocar era capaz de sentir sua pulsação. Em febre, e presa sob as patas do animal, Lady mexia o corpo, tentando em vão forçar o toque que o amante intencionalmente adiava. Simulando a generosidade que não tinha, trouxe o grelo para dentro da boca, mas para desespero da mulher, manteve lábios e dentes de tal modo afastados, que apenas a respiração quente e a saliva conseguiam tocar nele.

Sob os olhos amarelos, Lady ardia em chamas. A cada carícia, a cada toque, por mais sutil ou periférico que fosse, uma corrente elétrica lhe percorria o corpo, deixando cada fibra, cada músculo teso e pulsante... e isso dava a ele imenso prazer.

Sentindo que o momento havia chegado, libertou a língua e lhe invadiu a fenda de carne debruada. A mulher cerrou os olhos e suspirou fundo, enquanto ele usando o peso do corpo, para mantê-la firme sobre o leito relvado, deixava a língua correr livre em seu interior, a dobrando e recurvando para poder explorar cada lugar, sentir cada textura e extrair cada sabor.

Quando, de dentro da boceta melada, ele lambeu a haste pulsante de seu grelo, ela não aguentou mais, e com os olhos azuis embrumados, pediu numa voz já embargada de prazer...

– Vem ... por favor, vem...quero gemer no teu ouvido vem...

Dominado pela fome, e a vendo tão faminta quanto ele, não quis mais resistir. Se ajeitou e subindo o corpo, colando a glande pulsante à entrada da gruta. Faminta, Lady começou a esfregar a entrada de sua boceta na cabeça do falo melado do lobo, que deixando seu peso cair sobre ela, fez o pau desaparecer de uma só vez, dentro da boca molhada do sexo da mulher.

Como se um raio a tivesse atingido, a mulher explodiu. Com as pernas entrelaçadas em torno dos quadris do lobo cinzento, e com as mãos firmes em sua pelagem, Lady gemia forte, se sentindo rasgar, enquanto o pau do amante entrava vigoroso dentro dela em movimentos cada vez mais fortes, e mais rápidos. A cada encontro,uma explosão de carne contra carne, provocavam ondas de choque nas carnes molinhas da bunda da mulher, fazendo com que corressem ligeiras sob a pele como as vagas de um mar violento.

Entre gemidos, a mulher vibrava por sentir depois de tanto tempo, seu corpo ser tomado mais uma vez por aquele febre selvagem. Aquele lobo que ela amava, e que a tanto tempo tinha se perdido, a incitava novamente à liberar seus apetites mais violentos. Sua presença a impedia de pensar em qualquer outra coisa, que não fosse seu prazer. E também por isso ela o adorava.

Com as mãos cravadas em torno do pescoço de seu lobo, afastou-se um pouco, e sorriu vendo o modo como o pênis entrava e saia de sua boceta; brilhante, firme, violáceo. Lady, amava aquele membro vigoroso que se pulsava entre as paredes macias de sua carne. Ela estava tão molhada, tão melada, e ele metia com tanta força, que cada mergulho produzia um som forte e marcante, e ela adorava todos eles. Sentindo o que ia gozar ela gritou para que gozassem juntos.

– Vem ... vem agora, vem...

Ele começou então a empurrar com violência se movimentando ao ritmo dos gemidos dela, que se atirar contra ele cada vez mais rápido e mais forte, enquanto as paredes da xota se moviam autônomas, sugando e ordenhando o membro.

Com os olhos semicerrados, e as bocas abertas, a saliva desceu quente pela língua exposta, molhando o ventre da mulher, cujos gritos aumentavam de volume, se tornando mais e mais primais a cada estocada do lobo que reagia, reagia a cada um deles, com um mergulho mais vigoroso e profundo, criando assim uma espiral de prazer sem fim.

Lady gozou aos urros, ao sentir o esperma quente e perfumado explodindo em jatos fortes e volumosos, que misturados ao seu próprio, lhe escapavam pelos lados da boceta, e desciam pela haste do pau do amante, a medida em que ele entrava e saia de dentro dela. Foi como ela sempre imaginou que seria. Todo o seu corpo tremia, vibrava. Uma sensação tão profunda, uma felicidade tão intensa, que sentiu que nada além daquilo existia de fato.

– Que bom que você está aqui! - disse ela – Foi você que me trouxe de volta.

Se amaram por mais duas vezes naquela noite, e quando algum tempo depois, a febre finalmente lhes cedeu descanso, permaneceram ali mesmo, lado a lado, acarinhando-se sobre a relva, e observando em meio ao dossel de árvores copadas, a alvorada trazer novas cores a um céu sem nuvens.

sábado, 26 de maio de 2012

PARA ABRIR O APETITE...


Vem....


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Corpo Celeste


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Senta e curte o show...


Strip 07, de Alexey Lobur
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Quero eternizar em pedra... o toque dos meus dedos em tua carne...


o Rapto de Proserpina, de Gianlorenzo Bernini (1621 - 1622)

sexta-feira, 25 de maio de 2012

RECOMEÇO


Da pequena sacada do andar superior de sua casa, Monique fazia sua terapia diária, observando o vem e vai das pessoas na calçada de pedras.

De lá, aninhada com os antebraços cruzados sobre o patamar de mármore branco, conversava animadamente com Silvia, vizinha de longa data. Estava de fato tão envolvida, que não notou a chegada do marido.


Rodrigo não podia acreditar. La estava ele, faminto, e a mulher na janela, conversando. Estava para chamá-la quando viu-a sorrir. Não sorriu para ele. Sorriu por algum motivo qualquer. Sorriu por algo na conversa. Mas naquele momento, os 12 anos de seu casamento sumiram. Naquele sorriso, reconheceu a menina de 18 anos, com quem casou. Lembrou-se de como era no começo. Lembrou-se do fogo.

Em silêncio pôs a pasta sobre o aparador. Tirou o terno, a gravata. Deixou-os sobre o espaldar da cadeira, e foi até ela.

Um chiado no chão porém, despertou a mulher. Ele sorriu. E com um aceno, impediu que interrompesse a conversa. Monique voltou o rosto à vizinha e seguiu o assunto.

Ele aproximou-se da esposa, envolveu-a por trás. Sílvia, cumprimentou-o. Ele retribuiu a saudação e beijando a esposa no rosto, disse-lhe baixinho:

–   Aconteça o que acontecer, aja naturalmente. Continue conversando.

Monique concordou.
Ele despediu-se de Sílvia e entrou. Ou pelo menos foi o que Sílvia, de onde estava, pôde perceber.

Protegido pela murada, Rodrigo sentado no chão, bem a frente da esposa, escalava-lhe as pernas com as mãos, erguendo na passagem, o tecido vaporoso do vestido florido.

Apesar de surpresa, Monique cumpriu a promessa e manteve a conversa fútil com Sílvia. Vez por outra porém, movida pela sensação causada pelas mãos atenciosas do marido à percorrer-lhe a carne, olhava-o discreta e docemente.

Há muito tempo, Rodrigo não tocava-a assim, de forma tão pouco ortodoxa. Com os anos, o sexo transformara-se em algo mecânico para eles, quase uma obrigação. Mas não naquele momento. Agora havia prazer. Um prazer quase adolescente.

Rodrigo subiu as mãos, até encontrar na cintura, as laterais da calcinha da mulher. Ele olhou para cima e viu os olhos da mulher pousados nos seus. Com um sorriso, trouxe para baixo a peça de lycra, que desceu delicada, enroscando-se por suas coxas até à seus pés.

Em silêncio forçado, a mulher sentia o marido percorrer-lhe a virilha, tocando levemente o tufo sedoso de pêlos negros bem aparados.

Alheia ao que ocorria, Sílvia prosseguia a conversa. Para Monique porém, as palavras da vizinha já não faziam o menor sentido. Haviam tornado-se um barulho incômodo; algo a ser desconsiderado.

Com a ponta dos dedos, Rodrigo acariciou a entrada da vulva da mulher, sentindo a carne debruada abrir, cedendo a pressão de seu toque.

Monique suspirou fundo quando sentiu suas metades serem abertas, para que a língua morna do marido pudesse penetrar-lhe a gruta encharcada. Uma onda de calor cresceu dentro dela, ao mesmo tempo que centenas de pequenas descargas elétricas percorriam-lhe o corpo.
As mãos de Rodrigo pousaram sobre as nádegas de Monique, trazendo-a para mais perto. A língua já não pertencia mais a ele. Movimentava-se por vontade própria, explorando os recantos mais íntimos da mulher, sentindo-lhe as texturas da carne rósea, avolumada pelo sangue quente e pelo suco que descia suave, cobrindo-lhe generosamente as paredes.

A respiração do marido explodia dentro dela; a barba nascente, arranhava-lhe as coxas; as unhas cravadas na carne tingiam de vermelho as generosas nádegas brancas.

Monique queimava.

Desejava parar de falar, parar de ouvir. Não conseguia, nem queria, concentrar-se em nada que não fosse o prazer que avolumava-se dentro nela.

Monique queria gozar. Monique precisava gozar.

Percebendo o desejo da mulher, Rodrigo intensificou os movimentos. Com a mão pousada sobre a cabeça do marido, Monique começou a rebolar esfregando-se de encontro a seu rosto. Os movimentos já não tinham qualquer tom de gentileza. Eram apenas corpos, perseguindo a todo custo, alívio para aquele anseio. Monique mal conseguia manter os olhos abertos. Era uma represa prestes a romper.

Sílvia não entendeu quando Monique curvou-se abruptamente, pela força do gozo. Perguntou se sentia algo.

Monique riu. Riu forte.

Sílvia havia dado-lhe a desculpa para liberar a felicidade que sentia. A seus pés o marido, ainda com o rosto colado a seu sexo, saboreava o que haviam acabado de fazer.

Daquele dia em diante, voltaram a ser mais do que marido e mulher. Voltaram a ser amantes.

DE VOLTA À TRILHA...


Há muito tempo, tive um blog como este. Quando achei que já não tinha mais o que dizer, me calei e me recolhi.

Hoje, acreditando ter novas histórias a contar... estou de volta.

Seja bem vindo às minhas novas trilhas....